Meu amigo
Transcenda o preciosismo cultural
Ninguém comove em rede social
Com fotos de comida
Com poses da sua vida
Que finges viver
Os martírios
Dos bolsos e de uma gata no cio
Estão comigo e nas viagens pra fugir do frio
E de umas complicações
Que tendem a criar fantasmas e me envolver
E mesmo se chover eu vou sair
A juventude dorme muito mais que antes
A gente se assusta bastante
Mas as plantas Não tentam nos prender
Um desespero embutido no eu te amo
A cidade embala e diminui a minha mala
Já não cabe ninguém fora eu
Em compensação no meu peito
Tem um carnaval, tem um carnaval, tem um carnaval
Os meus dias se igualam Sintetizam em um só
Só eu sigo
Só não sou
Meu amigo
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